Quando Eu Morrer (Augusto Frederico Schmidt )

Quando
eu morrer o mundo continuará o mesmo,
A
doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas.
Como
as envolve agora neste instante.
O
vento fresco dobrará as árvores esguias
E
levantará as nuvens de poesia nas estradas...
Quando
eu morrer as águas claras dos rios rolarão ainda,
Rolarão
sempre, alvas de espuma
Quando
eu morrer as estrelas não cessarão de acender-se
no
lindo céu noturno,
E
nos vergéis onde os pássaros cantam as frutas
continuarão
a ser doces e boas.
Quando
eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos.
E
hão de esquecer-se do meu caminho silencioso entre eles,
Quando
eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão
Todas
as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.
Quando
eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão.
Todas
as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.
Quando
eu morrer a humanidade continuará a mesma.
Porque
nada sou, nada conto e nada tenho.
Porque
sou um grão de poeira perdido no infinito.
Sinto
porém, agora, que o mundo sou eu mesmo
E
que a sombra descerá por sobre o universo vazio de mim
Quando
eu morrer..."

Comentários
Postar um comentário